MOVIMENTO ESTUDANTIL EM PAUTA NA REDE GLOBO
O Movimento Estudantil brasileiro foi protagonista de diversas lutas em 2007, a construção da Frente de Luta contra a Reforma Universitária em março do ano passado foi o marco inicial deste novo processo de lutas da juventude.
Desde seu primeiro mandato o Governo Lula vem aplicando uma agenda de políticas de ataque a educação pública brasileira. A Reforma Universitária enviada ao congresso nacional (PL 7.200) expressa claramente a preferência pelo ensino privado em detrimento à educação superior pública. Além do financiamento as faculdades privadas através do PROUNI, da negociação feita com o conhecimento produzido na universidade com as PPP's, o governo decidiu no início do ano passado publicar o decreto do REUNI que fecha com chave de outro o desmonte do ensino superior brasileiro.
Em São Paulo o governador Serra também utilizou destes mecanismo dignos da ditadura, os decretos, para impor um ataque brutal à autonomia das universidades estaduais paulistas.
O que os governos, a mídia e todo o setor privado brasileiro não esperavam era a capacidade do movimento estudantil de articular a luta contra estas medidas em 2007. Nos anos anteriores a direção majoritária da UNE através da sua estrutura burocratica tentou defender as propostas do governo e impedir os estudantes de se articularem.
Em São Paulo os estudantes deram o ritmo das mobilizações de todo o Brasil, uma ocupação de de 51 dias que balançou a USP (uma das 200 melhores universidades do mundo), entre as diversas vitórias estão a revogação dos decretos do Governador Serra e o pontapé inicial a uma onda de lutas e ocupações em todo o Brasil.
As reitorias de mais de 12 universidades foram ocupadas por estudantes no primeiro semestre de 2007, na luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. A pauta central no segundo semestre foi o REUNI, o decreto que pretende superlotar as universidades sem investimento em estrutura, contratação de professores, servidores e orçamento que garanta uma política de Assistência estudantil. Os estudantes não pararam e ocuparam novamente várias reitorias, já que o governo, e os Reitores não quiseram dialogar com o movimento estudantil e o movimento docente.
Dessa vez o governo, reitores e a mídia organizaram uma campanha nacional de repressão e violência contra os estudantes que ocuparam pacificamente as reitorias no brasil e estavam na luta nas universidades. Na Universidade Federal de Uberlândia o Reitor chegou a publicar uma portaria que proíbe a aglomeração de estudantes no campus no sentido de evitar "algazarras". Na Universidade Federal da Bahia a tropa de choque entrou e retirou os estudantes com violência, o que também ocorreu na PUC-SP uma das poucas universidades privadas que teve sua reitoria ocupada e fortemente reprimida pelo estrutura policial.
Só que os ataques não pararam por ai, os principais meios de comunicação braslileiros publicaram e transmitiram diversas matérias atacando e desqualificando as mobilizações nas universidades. As mobilizações assustaram tanto o governo brasileiro e os ''empresários'' da educação que a Rede Globo iniciou uma campanha explicita de ataque ao movimento estudantil e ao movimento docente. A novela Duas Caras é a produção de ficção com a maior audiência da televisão brasileira, neste enrendo o autor incluiu uma faculdade onde ele monta o cenário perfeito para atacar os movimentos em defesa da educação. A Faculdade é particular, tem uma dona ''comprometida com a educação'', estudantes ''baderneiros'', ''trapaceiros'' e professores ''picaretas'' que só pensam ''no seu''. Náo bastasse tantas distorções, o autor decidiu caricaturar uma ocupação à reitoria, completamente despropositada com o objetivo claro de desqualificar as mobilizações e avanços da luta da juventude. A ocupação foi reprimida pela tropa de choque com o ''amplo apoio da sociedade''.
Diferente do que alguns pensam esta campanha de ridicularização do movimento estudantil protagonizada pela rede globo em horário nobre, deve ser respondida e denunciada por todos os movimentos sociais consequentes e comprometidos com a luta por uma sociedade mais justa. Os militantes do movimento estudantil, dos DCEs, CAs devem esclarecer para seus colegas das diversas universidades o significado do ''circo'' forjado pela mais rica rede de televisão brasileira.
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