sexta-feira, janeiro 25, 2008

NOTA DO DCE – UnB SOBRE OS DESVIOS DE VERBA NA FINATEC

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília – DCE/UnB, manifesta sua indignação diante do escândalo envolvendo a FINATEC – Fundação de Apoio a Pesquisa ligada à UnB, por superfaturamento e uso ilícito de recursos e patrimônio que deveriam ser utilizados no desenvolvimento da pesquisa. Uma ação do Ministério Público do Distrito Federal apontou irregularidades em vários contratos e outros investimentos que não condiziam com a finalidade da entidade, como a participação na construção de um shopping em Águas Claras e a reforma do apartamento funcional do Reitor que custou aos cofres da fundação quase 500mil reais com indícios de superfaturamento (3 lixeiras custaram mais de R$ 2.700 e as luminárias R$9.000). Enquanto isso, do orçamento da FINATEC para este ano, apenas 750mil (menos de 1% do total!) estaria previsto para o fomento à pesquisa.
Não é de hoje que as fundações privadas mancham o nome da Universidade de Brasília. Seguindo os escândalos envolvendo o CESPE em fraudes de concursos públicos e lucros ilícitos, a FINATEC mostra de forma categórica que as fundações nunca atenderam os interesses da Universidade, sempre priorizando a lógica do mercado, visando o enriquecimento ilegal dos seus diretores.
Sabemos que a melhoria da UnB nunca foi prioridade para nosso o reitor Timothy Mullholand mas o que mais nos indigna como DCE e como estudantes é que enquanto encontramos laboratórios e salas de aulas precarizados, a Casa do Estudante (CEU) e apartamentos funcionais de professores e servidores (Colina) literalmente caindo aos pedaços, se gasta quase meio milhão para a reforma luxuosa de um apartamento.
Diante disso, o Diretório Central dos Estudantes da UnB exige uma auditoria independente das contas da FINATEC, com a participação do DCE, ADUnB e SINTFUB no intuito de acompanhar e averiguar os fatos. Exigimos também o afastamento de todos os envolvidos e até mesmo o reitor Timothy Mullholand, caso esteja arrolado no processo.


Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília
Gestão “Nada Será Como Antes”

terça-feira, janeiro 22, 2008

Universidades Públicas do Brasil cobrando taxas irregulares de estudantes
De acordo com a matéria publicada hoje na agência de noticias do portal UOL, diversas taxas, principalmente de matrícula estão sendo cobradas em algumas universidades públicas brasileiras. A UFG (Universidade Federal de Goias) é umas das que cobra anualmente do estudante 50,00 reais para efetuar a matrícula. Além das taxas do vestibular, da carteira estudantil cobradas irregularmente nas instituições públicas, agora matrículas, utilização de espaços também são.
Este processo é parte do modelo educacional de mercado que o Governo e as Reitorias brasileiras querem instituir no Brasil. E não é novidade que isto já esteja acontecendo sem qualquer providêcia do poder público, já que existe uma acordo programático em torno do desmonte e da inversão na lógica estrutural da educação no Brasil.
Os movimento sociais que atuam nas universidade federais brasileiras tem a obrigação de se posicionar e utilizar de todos os mecanismos inclusive juridicos para derrubarem estas medidas que limitam o acesso e o direito de todos ao ensino superior público.
Para os quiserem ler a matéria do portal UOL, podem acessar o link:

MOVIMENTO ESTUDANTIL EM PAUTA NA REDE GLOBO





O Movimento Estudantil brasileiro foi protagonista de diversas lutas em 2007, a construção da Frente de Luta contra a Reforma Universitária em março do ano passado foi o marco inicial deste novo processo de lutas da juventude.

Desde seu primeiro mandato o Governo Lula vem aplicando uma agenda de políticas de ataque a educação pública brasileira. A Reforma Universitária enviada ao congresso nacional (PL 7.200) expressa claramente a preferência pelo ensino privado em detrimento à educação superior pública. Além do financiamento as faculdades privadas através do PROUNI, da negociação feita com o conhecimento produzido na universidade com as PPP's, o governo decidiu no início do ano passado publicar o decreto do REUNI que fecha com chave de outro o desmonte do ensino superior brasileiro.

Em São Paulo o governador Serra também utilizou destes mecanismo dignos da ditadura, os decretos, para impor um ataque brutal à autonomia das universidades estaduais paulistas.
O que os governos, a mídia e todo o setor privado brasileiro não esperavam era a capacidade do movimento estudantil de articular a luta contra estas medidas em 2007. Nos anos anteriores a direção majoritária da UNE através da sua estrutura burocratica tentou defender as propostas do governo e impedir os estudantes de se articularem.

Em São Paulo os estudantes deram o ritmo das mobilizações de todo o Brasil, uma ocupação de de 51 dias que balançou a USP (uma das 200 melhores universidades do mundo), entre as diversas vitórias estão a revogação dos decretos do Governador Serra e o pontapé inicial a uma onda de lutas e ocupações em todo o Brasil.

As reitorias de mais de 12 universidades foram ocupadas por estudantes no primeiro semestre de 2007, na luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. A pauta central no segundo semestre foi o REUNI, o decreto que pretende superlotar as universidades sem investimento em estrutura, contratação de professores, servidores e orçamento que garanta uma política de Assistência estudantil. Os estudantes não pararam e ocuparam novamente várias reitorias, já que o governo, e os Reitores não quiseram dialogar com o movimento estudantil e o movimento docente.

Dessa vez o governo, reitores e a mídia organizaram uma campanha nacional de repressão e violência contra os estudantes que ocuparam pacificamente as reitorias no brasil e estavam na luta nas universidades. Na Universidade Federal de Uberlândia o Reitor chegou a publicar uma portaria que proíbe a aglomeração de estudantes no campus no sentido de evitar "algazarras". Na Universidade Federal da Bahia a tropa de choque entrou e retirou os estudantes com violência, o que também ocorreu na PUC-SP uma das poucas universidades privadas que teve sua reitoria ocupada e fortemente reprimida pelo estrutura policial.

Só que os ataques não pararam por ai, os principais meios de comunicação braslileiros publicaram e transmitiram diversas matérias atacando e desqualificando as mobilizações nas universidades. As mobilizações assustaram tanto o governo brasileiro e os ''empresários'' da educação que a Rede Globo iniciou uma campanha explicita de ataque ao movimento estudantil e ao movimento docente. A novela Duas Caras é a produção de ficção com a maior audiência da televisão brasileira, neste enrendo o autor incluiu uma faculdade onde ele monta o cenário perfeito para atacar os movimentos em defesa da educação. A Faculdade é particular, tem uma dona ''comprometida com a educação'', estudantes ''baderneiros'', ''trapaceiros'' e professores ''picaretas'' que só pensam ''no seu''. Náo bastasse tantas distorções, o autor decidiu caricaturar uma ocupação à reitoria, completamente despropositada com o objetivo claro de desqualificar as mobilizações e avanços da luta da juventude. A ocupação foi reprimida pela tropa de choque com o ''amplo apoio da sociedade''.

Diferente do que alguns pensam esta campanha de ridicularização do movimento estudantil protagonizada pela rede globo em horário nobre, deve ser respondida e denunciada por todos os movimentos sociais consequentes e comprometidos com a luta por uma sociedade mais justa. Os militantes do movimento estudantil, dos DCEs, CAs devem esclarecer para seus colegas das diversas universidades o significado do ''circo'' forjado pela mais rica rede de televisão brasileira.