sexta-feira, março 28, 2008


Um ano do Incêndio Criminoso na UnB: Nada a comemorar!

Completa-se hoje um ano do incêndio ocorrido na CEU. Naquele dia, alunos africanos foram vítimas de um ato xenófobo criminoso, no qual as portas dos quatro apartamentos em que eles moravam foram incendiadas.

A funcionária do Centro de Convivência Negra, Hayamna Carvalho, lembra: "Na madrugada do dia 28 de março de 2007, os estudantes da CEU acordaram por causa do cheiro de queimado. Tinha fogo em frente às portas de quatro apartamentos. A saída era bloqueada com tijolos e os extintores foram retirados. Os estudantes africanos foram alvo de um ato criminoso de caráter racista. Felizmente, não houve feridos ou mortos."

Toda comunidade universitária ainda está chocada com o acontecimento, que teve repercussões mundiais. "Até a revista Times me entrevistou", fala Medeiros, da Direção Geral dos Serviços da Prefeitura do Campus.

As investigações policiais e administrativas já começaram. Em setembro do ano passado, três estudantes, José Francisco Rodrigues de Araújo, Roosevelt Reis e Wagner Guimarães Guedes, também moradores da CEU, foram indiciados como suspeitos. Dois processos se instalaram: a Polícia Federal começou uma investigação penal e, ao mesmo tempo, em colaboração, a UnB entrou com o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar de maneira mais rigorosa o envolvimento de três alunos no episódio. Acredita-se que, até o fim de abril deste ano, saia uma conclusão efetiva do PAD.

A precariedade das condições de moradia da Casa do Estudante Universitário é outro assunto que preocupa a comunidade acadêmica. "A CEU está caindo de pedras", condena o DCE. Hayamna Carvalho confirma: "Desde o incêndio, nenhuma reforma foi feita e ninguém pensou em uma política de convivência", o que, de acordo com ela, é um dos problemas, em parte, responsáveis pelo ato racista.

Fonte: CampusOnline
Pode me chamar de gay

Pode me chamar de gay, não está me ofendendo. Pode me chamar de gay, é um elogio. Pode me chamar de gay, não me importo de ser confundido. Ser gay me favorece, me amplia, me liberta dos condicionamentos. Não é um julgamento, é uma referência. Pode me chamar de gay, não me sinto desaforado, não me sinto incomodado, não me sinto diminuído, não me sinto constrangido.
Pode me chamar de gay, está dizendo que sou inteligente. Está dizendo que converso com ênfase. Está dizendo que sou sensível. Pode me chamar de gay. Está dizendo que me preocupo com os detalhes. Está dizendo que dou água para as samambaias. Está dizendo que me preocupo com a vaidade. Está dizendo que me preocupo com a verdade. Pode me chamar de gay. Está dizendo que guardo segredo. Está dizendo que me importo com as palavras que não foram ditas. Está dizendo que tenho senso de humor. Está dizendo que sou carente pelo futuro. Está dizendo que sei escolher as roupas.
Pode me chamar de gay. Está dizendo que cuido do corpo, afino as cordas dos traços. Está dizendo que falo sobre sexo sem vergonha. Está dizendo que danço levantando os braços. Pode me chamar de gay. Está dizendo que choro sem o consolo dos lenços. Está dizendo que meus pesadelos passaram na infância. Está dizendo que dobro toalha de mesa como se fosse um pijama de seda.
Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou aberto e me livrei dos preconceitos. Está dizendo que posso andar de mãos dadas com os anéis. Está dizendo que assisto a um filme para me organizar no escuro. Pode me chamar de gay. Está dizendo que reinventei minha sexualidade, reinventei meus princípios, reinventei meu rosto de noite. Pode me chamar de gay. Está dizendo que não morri no ventre, na cor da íris, no castanho dos cílios. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou o melhor amigo da mulher, que aceno ao máximo no aeroporto, que chamo o táxi com grito.
Pode me chamar de gay. Está dizendo que me importo com o sofrimento do outro, com a rejeição, com o medo do isolamento. Está dizendo que não tolero a omissão, a inveja, o rancor. Pode me chamar de gay. Está dizendo que vou esperar sua primeira garfada antes de comer. Está dizendo que não palito os dentes. Está dizendo que desabafo os sentimentos diante de um copo de vinho. Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou generoso com as perdas, que não economizo elogios, que coleciono sapatos.
Pode me chamar de gay. Está dizendo que sou educado, que sou espontâneo, que estou vivo para não me reprimir na hora de escrever. Pode me chamar de gay. Que seja bem alto.
A fragilidade do vidro nasce da força e do ímpeto do fogo.
...
Pedro Bial, Jornalista da TV Globo.


Morte de Edson Luís: Dia de Luta para todos os estudantes do Brasil!




No dia 28 de março de 1968 a ditadura militar brasileira assassina o estudante secundarista Edson Luís. A morte do estudante foi capaz de desmascarar a face mais autoritária do regime no Brasil e deflagrou um conjunto de lutas em todo o país contra a ditadura. Em junho deste mesmo ano ocorreu a marcha dos cem mil capaz de agregar estudantes e trabalhadores na luta pela democratização do regime.

Na Universidade de Brasília vivemos um importante período de lutas contra os privilégios de uma cúpuda dirigente que que tem se beneficiado com a parceria da universidade com as fundações de apoio. Além desta forte crise, o Reitor da UnB atropelou a comunidade universitária ao aprovar de forma truculenta o REUNI (Plano de expansão feito através de decreto pelo governo federal) não permitindo um debate mais profundo na universidade.


Relembrar a morte de Edson Luís em defesa da democracia no nosso país, também significa trabalharmos para reascender a luta estudantil contra a privatização do ensino público e contra as reformas que de forma tão danosa tem prejudicado a vida da maioria da população.


Edson Luís é um exemplo que deve inspirar a todos os estudantes a lutarem contra a política nefasta e privatizante do atual governo!

terça-feira, março 25, 2008

Presidente da Finatec nega envolvimento com decoração do apartamento do reitor da UnB
Da FolhaNews
25/03/200813h57-
O presidente do Conselho Superior da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos), Antônio Manoel Dias Henriques, negou hoje participação no episódio em que a entidade teria usado R$ 470 mil para mobiliar o apartamento funcional ocupado pelo reitor da UnB (Universidade de Brasília), Timothy Mulholland. Em depoimento à CPI das ONGs (organizações não-governamentais), Henriques negou envolvimento no episódio, mas reconheceu que os recursos poderiam ter sido "melhor aplicados" pela Finatec. "Como presidente do conselho superior não tive participação nenhuma na autorização dessas compras. O conselho superior tem como objetivo dar políticas gerais da fundação", afirmou. Henriques disse que não teve conhecimento dos gastos da Finatec no apartamento do reitor porque, como presidente da entidade, não era sua função tomar conhecimento de todas as despesas aplicadas pelo órgão. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal, a Finatec teria utilizado R$ 470 mil na compra de móveis de luxo para o apartamento, além da aquisição de lixeiras, de equipamentos de TV e som, de telas artísticas e vasos com plantas diversas, assim como utensílios domésticos. Contratos No depoimento à CPI, o presidente da Finatec também rebateu acusações de que a entidade teria utilizado influências políticas para firmar contratos com municípios e órgãos públicos. Segundo Henriques, o órgão em nenhum momento usou a relação com petistas ligados ao governo federal para ampliar seus contratos no país. O Ministério Público do Distrito Federal investiga a suspeita de que administrações do PT tenham usado a Finatec como forma de estabelecer, sem licitação, contratos de mais de R$ 23 milhões com empresas pertencentes a um consultor com ligações com o PT. Segundo a Promotoria, duas empresas foram subcontratadas pela Finatec para realizar serviços, recebendo R$ 23 milhões de um total de R$ 50 milhões: a Intecorp Consultoria Empresarial e Camarero & Camarero Consultoria Empresarial. À CPI, Henriques negou que a parceria com as empresas tivesse objetivos políticos. "A Finatec tem como grande parte de seus clientes órgãos públicos, até pela localização dela, na capital federal, junto ao governo federal e várias representações de governos e prefeituras. A fundação só teve condições de captar projetos porque tinha um produto desenvolvido em parceria com a Intercorp, que lhe permitia ter expertise para buscar contratos no mercado", justificou. Henriques disse que todas as atividades da entidade cumprem a determinação legal, com aplicação de seus recursos em pesquisa e tecnologia. "Esse tipo de trabalho está perfeitamente compatível com os objetivos estatutários da fundação", enfatizou.

1º de abril
Dia nacional de luta contra as mentiras do governo


O 1º de abril será um dia nacional de luta dos movimentos sociais, populares e sindical contra as mentiras do governo. A data foi aprovada como um dia de luta contra a transposição na Conferência dos Povos do São Francisco e do Semi-árido, realizada em Sobradinho (BA), entre 25 e 27 de fevereiro. Além da mentira dos benefícios da transposição do rio São Francisco, a Conlutas também vai denunciar outras mentiras do governo e levantar bandeiras:

- Em defesa do emprego, dos salários e pela redução da jornada de trabalho!

- Por serviços públicos de qualidade! Em defesa dos direitos do funcionalismo público!

- Contra a reforma universitária e o REUNI. Em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade!

Abaixo, segue um modelo de panfleto nacional que pode ser reproduzido pelas entidades e movimentos ligados à Conlutas. As regionais devem agregar ainda as questões locais.

1º de abril: Contra as mentiras do governo Lula

Manifestações em todo o país vão transformar o 1° de abril em um dia nacional de luta contra as mentiras do governo.

Diga não à transposição do Rio São Francisco!
O Projeto de transposição do São Francisco não “vai acabar com a sede dos nordestinos”. O projeto é para satisfazer as grandes empreiteiras, que vão ganhar milhões de reais.

Esse dinheiro seria melhor investido em obras menores e mais eficientes, que respeitam o meio ambiente. A transposição do rio vai beneficiar os latifundiários e grandes produtores rurais do Nordeste, que vão receber 95% da água desviada do curso do rio.

Em defesa do emprego, dos salários e pela redução da jornada de trabalho!
A crise econômica dos Estados Unidos já começa a repercutir em nosso país e os empresários, com o apoio do governo, querem repassar a conta para os trabalhadores.

Na General Motors – GM, de São José dos Campos, os patrões querem reduzir direitos trabalhistas e implantar o banco de horas para contratar novos empregados.

A flexibilização dos direitos não garante mais empregos. Isso já foi provado para os metalúrgicos do ABC paulista, que perderam milhares de vagas de trabalho quando o seu Sindicato, filiado à CUT, aceitou a flexibilização.

Por serviços públicos de qualidade! Em defesa dos direitos do funcionalismo público!
Ao funcionalismo público está sendo imposto um ataque violento aos salários, às condições de trabalho e à aposentadoria. O governo está privatizando os serviços através das fundações estatais e das parcerias público-privadas, nas áreas de saúde, educação, ciência e tecnologia, transporte e outras. Quem depende dos serviços públicos é a população pobre. Por isso precisamos barrar os ataques aos direitos dos servidores e a privatização dos serviços.

Contra a reforma universitária e o REUNI!
A reforma universitária não está criando condições para a ampliação do acesso e permanência na universidade pública. Quem está ganhando dinheiro são os empresários do ensino superior, com a transferência de vagas para escolas de qualidade duvidosa e o pagamento das bolsas pelo governo. O REUNI privatiza o ensino público superior e, mesmo abrindo novas vagas, ataca a qualidade do ensino, com salas superlotadas, cortes orçamentários e desvios das verbas das escolas públicas.

Todas essas mentiras do governo são as diversas faces de uma única política: atacar os direitos trabalhistas, previdenciários e o serviço público, aplicando as reformas que beneficiam os banqueiros, grandes empresários brasileiros e as multinacionais.

Por isso lutamos e exigimos:

- Não à transposição do rio São Francisco

- Em defesa dos serviços públicos, dos salários e dos direitos dos servidores

- Em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade

- Contra a flexibilização dos direitos e salários, pela redução da jornada de trabalho

- Todo apoio aos trabalhadores da GM

- Em defesa do direito de greve e de manifestação

Da redação, Conlutas
www.conlutas.org.br
DA FOLHA ONLINE,

Sem concorrentes, leilão da Cesp fracassa
O leilão de privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), que ocorreria amanhã na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), fracassou. Nenhum dos participantes inscritos depositou o montante de R$ 1,74 bilhão em garantias para participar da disputa --o prazo acabou às 12h de hoje.

--------------------------------------
O Governador Serra fracassou em sua tentativa de privatista de entregar todo o poder público do estado de São Paulo às empresas! Muito disto é fruto do impenho de lutadores sociais de todo o país contra sua forma de fazer política.
Acabar com os privilégios e defender a UnB
O afastamento imediado e definitivo do Reitor da Universidade de Brasília, a democratização de seus espaços institucionais e a saída das fundações de apoio são as pautas que hoje provocam mais debates na UnB, além dos argumentos frágeis dos defensores de Thimothy sobre "a conspiração da mídia".

Nos últimos dias a crise que paira em torno da atual cúpula administrativa da Universidade de Brasília se agravou profundamente. O primeiro passo das investigações constatou o que muitos na universidade já imaginavam, um esquema milionário que envolve a FINATEC (Fundação de empreendimentos científicos ligada à UnB). A fundação gastou várias cifras do seu farto caixa bem longe de sua finalidade essencial (estatutária), e pra piorar decorou o apartamento funcional do Reitor com uma mobília digna de um palácio real, com a justificativa de atender ao “nível da Universidade de Brasília”.

O escândalo repercutiu nos principais meios de comunicação nacionais e mobilizou diversos estudantes, professores e funcionários da instituição à protestarem contra a "gastança" do dinheiro público longe do investimento em educação e pesquisa. Com a agravante de estar bem distante da realidade que vive hoje a UnB, a universidade que possui diversos problemas de estrutura, falta de investimentos em assistência estudantil, uma moradia estudantil caótica, falta de professores, funcionários e etc. Uma infinidade de problemas poderiam ser citados e debatidos horas, pois a ausência de recursos para financiarem as universidades públicas é um problema estrutural que atualmente não parece ter uma solução, com as prioridades do Governo.

Os privilégios foram a marca encontrada nas investigações do Ministério Público do Distrito Federal, desde os gastos com o cartão corporativo da universidade, até as contas de restaurantes caros pagos com verba da Editora UnB. A indignação de estudantes de diversos cursos, e as iniciativas rápidas do DCE (Diretório Central dos Estudantes) foram capazes de mobilizar a UnB, que nas primeiras duas semanas de aula, teve três manifestações pedindo a saída de Thimothy e também das fundações ditas de apoio. Basta perguntar, quem as fundações apóiam. Estas que nos últimos anos se multiplicaram nas universidades públicas, e que só a UnB possui seis delas, que utilizam capital material, estrutural e humano da universidade e com sua estrutura jurídica permitem privilégios e abrem o caminho para burlar as licitações.

Mas para alguns professores e “nomeados” que estão enraizados há anos (décadas) na cúpula administrativa da UnB esta crise seria apenas um "ataque brutal da imprensa à UnB e até a universidade pública". Os principais defensores da atual gestão da universidade e desta tese de “conspiração” são por coincidência os que ocupam cargos altos ou os que têm os maiores financiamentos em seus projetos e pesquisas. Os atores responsáveis por esta ofensiva à UnB seriam a "direita" em aliança com o PSOL/PSTU que "forjou" esta crise institucional. O que os ideólogos da Reitoria parecem não perceber é que quase todas as forças políticas pedem a saída de Thimothy. As falas mais oportunistas do Senador do PSDB, Álvaro Dias até políticos do PT, PCdoB, PMDB e etc. A UNE (ligada ao PCdoB e PT) lançou um manifesto pedindo a saída do Reitor, oportunismo sim, mas golpe da mídia contra o ilibadíssimo Reitor da UnB, Não!
Algumas forças políticas nacionais deram uma resposta à opinião pública, só pra não deixarem de se pronunciar, outros fizeram com coerência o que sempre defenderam e pediram o afastamento do Reitor e o fim das fundações de apoio nas universidades públicas brasileiras. A “teoria da conspiração” contra Thimothy parece ser a formulação mais oportuna para frear a crise na universidade.

Estudantes, Professores e Funcionários da Universidade de Brasília estão cansados de privilégios para um grupelho de professores, que "luxam" com o dinheiro que deveria ser investido nas condições de ensino, pesquisa e extensão. Não há espaços para aqueles que tem golpeado a nossa universidade com gastança, autoritarismo, e uma política privatista e que agora quererem resumir a crise como "golpismo da imprensa nacional e de todas as forças políticas contra o Magnífico". Não é tolerável e nem aceitável que intelectuais que dedicaram suas vidas a uma construção teórica profunda cumpram este papel tão baixo, mesquinho e hipócrita!

Defender Thimothy não é defender a UnB! Defender a UnB é exigir auditoria nas contas da universidade, nas contas do CESPE e de todas as fundações. Defender a UnB é lutar pela democracia com paridade na composição dos conselhos deliberativos, nas eleições para Reitor e em todos os fóruns. Defender a UnB é não compactuar com estruturas que permitem corrupção e privilégios dessa forma exigir o fim das fundações de apoio. Defender a UnB é lutar com afinco por verbas para universidade e ter mecanismo de controle reais dos gastos. Defender a UnB é denunciar que a política educacional do Governo (Reforma, REUNI, PROUNI e etc) tem precarizado profundamente o ensino superior público brasileiro. Defender a UnB é defender a saída imediata e definitiva de Thimothy e de sua cúpula dirigente!