sábado, maio 03, 2008


SECOM UnB: Muda a linha editorial mas não inspira confiança!


A Secretária de Comunicação da UnB, durante toda a crise de gestão atuou como assessoria direta do Reitor, mantendo uma linha editorial de ataque ao movimento de ocupação e de defesa intransigente do ex-reitor e sua equipe. No especial sobre coberturas da SECOM é fácil acompanhar as mudanças no texto e na direção política, porém a nova Reitoria tem a intenção simples de acabar com a crise e não promover mudanças estruturais na universidade.


Ninguém confia na SECOM! Abaixo o link da nova fase paz e amor da SECOM UnB..
Cortaram a água e a luz e agente não saiu! Só não cortaram a voz do movimento estudantil!

Esta foto foi logo após do anuncio do afastamento do Reitor dentro do Anf. 9 da UnB





Abaixo estou divulgando a Nota de esclarecimento do DCE (Diretório Central dos Estudantes da UnB) sobre as eleições da ADUnB. Acredito ter sido a decisão mais correta tomada antes de ter acesso oficial as cartas-programa das chapas que disputam o processo.

Defendo que pelo menos três eixos devem estar contemplados no programa de uma Chapa que deve ser apoiada pelo DCE:

1. Posição clara em relação as políticas educacionais do Governo Lula - Isto quer dizer posição contrária à Reforma Universitária, ao REUNI e ao conjunto de medidas que vem sendo apresentadas por este governo no sentido de aprofundar o desmonte da Universidade Pública.

2. Garantia da autonomia e independência do sindicato em relação a administração superior da UnB;

3. Compromisso visceral com a democratização da universidade, isto significar fortalecer a campanha pela paridade e apontar para uma gestão ainda radicalmente mais democrática.
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NOTA DE ESCLARECIMENTO DO DCE

O Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães da Universidade de Brasília é uma entidade independente de representação dos estudantes da UnB.
Os estudantes da UnB foram protagonistas de um processo de luta vitorioso que desencadeou a derrubada de uma gestão corrupta e truculenta e também abriu um espaço de amplas possibilidades para mudanças estruturais em nossa universidade. A ocupação do prédio da Reitoria da UnB envolveu profundamente estudantes, professores e servidores técnico-administrativo, demonstrando que a luta é capaz de resultar em grandes mudanças na nossa realidade.
Por tudo isso o DCE acredita que é necessária a unidade dos setores lutadores que neste momento conseguiram tantas vitórias e mudanças. Nas eleições da ADUnB defendemos da mesma forma a unidade dos setores que acreditamos lutar contra as políticas privatistas do Governo Lula, como a Reforma Universitária, o REUNI e as fundações privadas nas universidade públicas.
A ADUnB tem sido uma importante parceira do Coletivo NADA SERÁ COMO ANTES desde que este ainda era oposição à antiga Gestão do DCE-UnB, a Para Todos, prestando apoio enquanto sindicato na tarefa de contribuir com as lutas em defesa da universidade pública, gratuita, democrática e de qualidade. O Comitê UnB Livre e diversos professores que não se organizam em qualquer grupo também foram importantes parceiros neste processo político.
Nós rechaçamos quaisquer professores que se auto-proclamem arautos do processo de mobilização dos estudantes. Acreditamos também que seja importante esclarecer que dois diretores do DCE-UnB participaram da Reunião que realizou-se no MEC e não houve qualquer defesa de nomes para a Reitoria pró-tempore e as entidades e o movimento de ocupação reafirmaram seu caráter independente. Não corroboramos com qualquer professor que aposte na divisão ou ingerência no Movimento estudantil de forma a criar uma relação conflituosa assim como não aceitamos ataques pessoais a qualquer membro da diretoria do DCE.
Preservando a unidade da esquerda a partir de um programa claro, o DCE aguardará a carta-programa das chapas inscritas nas eleições da ADUnB para decidir se prestará apoio público a algum dos agrupamentos. Desde já afirmamos a unidade contra a chapa 1, que no nosso entendimento representa um setor conservador que não é capaz de representar o movimento docente de forma independente e democrática.

DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES HONESTINO GUIMARÃES
DCE-UnB
GESTÃO NADA SERÁ COMO ANTES
Contra as leis raciais no Brasil?

Engraçado o Prof. Marcelo Hermes assinou uma manifesto, que foi redigido e prestigiado por uma ampla sorte de reacionários e conservadores de todas as partes do Brasil. O principal objetivo do documento era reivindicar o retrocesso de todas as leis de inclusão etno-racial de nosso país, que sofreu com a escravidão de negros, mulatos e pardos até quase o início do século passado.

Na minha respeitosa opinião, gostaria de conclamar o Prof. Marcelo que no processo de crise da UnB, teve uma atuação tão progressista a rasgar esta carta que ajudou a construir e fortalcer este campo de pensadores, estudantes e várias outras categorias que além de lutar contra a corrupção lutam também contra a desigualdade social!
E tenho também a certeza que vários professores da UnB que constróem juntos o Coletivo UnB Livre devem ter profundas divergências com este documento.

Confira a integra da matéria divulgada no Blog Ciência Brasil
Fotos da Ocupação
Minha fala durante a Assembléia que definiu pela desocupação da Reitoria
Assembléia Geral dos Estudantes durante a ocupação

Assembléia Geral lotada que definiu por desocupação do prédio e ocupação de toda a UnB

Fala da Prof. Rita Segato, grande apoiadora do movimento de ocupação e atual candidata a Presidente da ADUnB (Sindicado de Representação dos Docentes da UnB)





Ocupa e Resiste!
A ocupação do prédio da Reitoria da UnB garante muitas vitórias e abre uma nova fase do movimento estudantil.

Por Fábio Felix*

Os estudantes da Universidade de Brasília ocuparam a Reitoria, mobilizados por uma pauta que denunciava um processo complexo de corrupção, falta de democracia, truculência e uma política equivocada a frente da administração da universidade. As sucessivas denuncias contra o Reitor, os escândalos envolvendo as fundações de direito privado e também parte da administração superior da UnB demonstraram um esquema de privilégios, falta de compromisso com o público e dedicação na aplicação de uma política autoritária e privatista na UnB.

A crise que a UnB continua mergulhada ia se aprofundando em uma rápida dinâmica de exposição da instituição e gerando um profundo questionamento por parte da sociedade do que deveria ser feito. As denuncias divulgadas pelo Ministério Público, TCU e outros órgãos eram sintomáticas por que deixavam clara a situação insustentável da gestão Timothy Mulholland e a necessidade de democracia e participação nos espaços da universidade.

O movimento estudantil foi inegavelmente o protagonista e impulsionador de um processo amplo de lutas na UnB, o DCE convocou várias assembléias, atos, reuniões com outras entidades e estimulou uma campanha pelo Fora Timothy, fora fundações de apoio e pela democratização da instituição. A campanha tomou uma dimensão nacional capaz de tremer a relação das universidades com as fundações de apoio.

A ocupação da Reitoria da UnB foi o instrumento que os estudantes encontraram para dialogar com a comunidade universitária e também com toda a sociedade brasileira. Este mecanismo deve refletir a grande dificuldade de interlocução que estudantes tinham com a antiga gestão da UnB e que os estudantes brasileiros tem com o governo federal.

A permanência da ocupação não foi fácil, mas as pressões de várias instituições do estado, da sociedade e a angustia da eminente entrada policial não foram suficientes para desencorajar a luta de todos nós estudantes da UnB. O apoio declarado por várias entidades de todo o Brasil, as cartas de solidariedade e as assembléias lotadas serviam para dar sempre um novo gás para nossa resistência.

A luta contra a corrupção e pela democratização da universidade mobilizou milhares de estudantes da UnB e de todo o Brasil e garantiu grandes vitórias para o movimento estudantil. A direção majoritária da UNE (União Nacional dos Estudantes) que há muito tempo não se posiciona a favor da luta estudantil, tentou se aproveitar deste importante momento político para se re-localizar na conjuntura, mas não reflete mais a realidade cotidiana dos estudantes, porque prefere defender as políticas educacionais do governo ao invés de lutar junto ao estudante pela universidade pública.

Os professores e servidores da UnB embarcaram com muita força na luta dos estudantes e também pediram a saída do Reitor, do Vice e de toda sua equipe e perceberam a necessidade de redemocratizarmos os espaços da universidade pública. A vitória ocasionada pela mobilização estudantil e pela ocupação da Reitoria da UnB, foi a peça impulsionadora de um movimento mais amplo que envolve todos os segmentos da universidade e garantiu por fim uma vitória tão contundente de todos os que lutaram em defesa de uma UnB pública, gratuita, democrática e de qualidade!

A ocupação que durou 15 dias coloca o movimento estudantil não só da UnB em uma nova fase, a qual, os estudantes voltam a acreditar na mobilização e na luta como instrumento de mudança da realidade! Quando percebermos que falta professor em sala de aula, ou quando assistirmos as condições precárias das universidades, ou mesmo quando o governo através de decreto publicar mais ataques à educação pública vamos ter a certeza que nossa luta pode garantir grandes mudanças!

Defender a UnB, acabar com os privilégios, denunciar o processo de corrupção, lutar pela democratização dos espaços da universidade, lutar contra as fundações de direito privado nas universidades públicas, impedir a implementação do projeto de expansão difuso da UnB (REUNI) são as principais pautas de todos nós estudantes que ocupamos a reitoria da Universidade de Brasília.

Nós desocupamos o prédio da Reitoria para ocupar toda a universidade, salas de aula, conselhos, assembléias, reuniões, departamentos, institutos e faculdades continuando com afinco e resistência a tarefa de defender a UnB e a universidade pública brasileira! A palavra-de-ordem continua sendo sem duvida: Ocupa e Resiste!