terça-feira, março 25, 2008

Presidente da Finatec nega envolvimento com decoração do apartamento do reitor da UnB
Da FolhaNews
25/03/200813h57-
O presidente do Conselho Superior da Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos), Antônio Manoel Dias Henriques, negou hoje participação no episódio em que a entidade teria usado R$ 470 mil para mobiliar o apartamento funcional ocupado pelo reitor da UnB (Universidade de Brasília), Timothy Mulholland. Em depoimento à CPI das ONGs (organizações não-governamentais), Henriques negou envolvimento no episódio, mas reconheceu que os recursos poderiam ter sido "melhor aplicados" pela Finatec. "Como presidente do conselho superior não tive participação nenhuma na autorização dessas compras. O conselho superior tem como objetivo dar políticas gerais da fundação", afirmou. Henriques disse que não teve conhecimento dos gastos da Finatec no apartamento do reitor porque, como presidente da entidade, não era sua função tomar conhecimento de todas as despesas aplicadas pelo órgão. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal, a Finatec teria utilizado R$ 470 mil na compra de móveis de luxo para o apartamento, além da aquisição de lixeiras, de equipamentos de TV e som, de telas artísticas e vasos com plantas diversas, assim como utensílios domésticos. Contratos No depoimento à CPI, o presidente da Finatec também rebateu acusações de que a entidade teria utilizado influências políticas para firmar contratos com municípios e órgãos públicos. Segundo Henriques, o órgão em nenhum momento usou a relação com petistas ligados ao governo federal para ampliar seus contratos no país. O Ministério Público do Distrito Federal investiga a suspeita de que administrações do PT tenham usado a Finatec como forma de estabelecer, sem licitação, contratos de mais de R$ 23 milhões com empresas pertencentes a um consultor com ligações com o PT. Segundo a Promotoria, duas empresas foram subcontratadas pela Finatec para realizar serviços, recebendo R$ 23 milhões de um total de R$ 50 milhões: a Intecorp Consultoria Empresarial e Camarero & Camarero Consultoria Empresarial. À CPI, Henriques negou que a parceria com as empresas tivesse objetivos políticos. "A Finatec tem como grande parte de seus clientes órgãos públicos, até pela localização dela, na capital federal, junto ao governo federal e várias representações de governos e prefeituras. A fundação só teve condições de captar projetos porque tinha um produto desenvolvido em parceria com a Intercorp, que lhe permitia ter expertise para buscar contratos no mercado", justificou. Henriques disse que todas as atividades da entidade cumprem a determinação legal, com aplicação de seus recursos em pesquisa e tecnologia. "Esse tipo de trabalho está perfeitamente compatível com os objetivos estatutários da fundação", enfatizou.

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