domingo, março 30, 2008


Conferência Eleitoral do PSOL


Neste final de semana estive participando da II Conferência Eleitoral do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), este espaço de debate foi palco do enfrentamento de projetos estratégicos para o Partido e para o país. Todos os setores políticos do PSOL desde a explanação de Babá até a fala de Ivan Valente demosntraram com clareza a importância da participação no processo eleitoral, apesar de seus limites categoricamente reconhecidos por todos.


Vou fazer posteriormente um comentário mais completo sobre a conferência, mas a mensagem que tenho mais concreta sobre estes dois dias é em relação a como foi feito o debate do campo de alianças.


Acredito ter havido um esquívoco tático e político que pode fragilizar profundamente a intervenção do PSOL.


Primeiro que não houve um detalhamento do debate estratégico do partido, o que significa que o Partido não discutiu com mais afinco o que quer para o Brasil e para a América Latina. Este debate é fundamental porque a partir dele pode-se chegar a uma formulação sobre a participação nas eleições, campo de alianças e etc.


Segundo, que o PSOL quebra um pacto importante com parceiros do campo de classe, ou seja, não cristaliza a necessidade de ter no campo eleitoral os mesmos aliados que tem no campo das lutas sociais. Aponta o diálogo com estes setores de forma genérica.


Terceiro, o partido tratou de deliberar mais a serviço das excepcionalidades que possam ocorrer nas eleições, do que sobre o norte que deve ter a intervenção eleitoral do PSOL de conjunto. Sem qualquer sectarismo abre um precedente que pode atrapalhar o partido a se consolidar como direção política dos revoltosos. Torcemos para que as excessões não se transformem em regra e o pragmatismo não seja maior do que o programa.


E por último, aprovou um programa também bastante genérico, que apesar de tocar em questões importantes para o conjunto dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre dos municipios brasileiros, não atinge centralmente a dívida pública, a lei de responsabilidade fiscal, as estatizações e etc. O que significa dizer que o programa do partido pode iludir os trabalhadores e os lutadores sociais que "ganhando" as prefeituras poderá mudar profundamente as condições da maioria da população o que não é verdadeiro. Portanto o que deve ser afirmado é que as possíveis prefeituras do PSOL, mandatos de vereadores e etc devem estar a serviço das lutas socias e de acumular politicamente para organizar os trabalhadores e movimentos socias brasileiros.

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